As minhas páginas...



Talvez porque as historias se contam através dos livros, ou porque como as folhas dum livro a nossa vida é construida de páginas e capitulos, achei que deveria virar a página a um volume imenso da historia da minha vida. 
Sei que sou saudosista por natureza, que adoro folhear as minhas historias encadernadas nesta memória de elefante, que se soltam no abrir duma janela ou numa rajada de vento...Ultimamente até prefiro não guardar aqueles pedaços de vida na minha caixinha de segredos. As memórias fazem bem, trazem a brisa da nostalgia do que foi, com suspiros intensos pelo que também poderia ter sido.
Mas chegou a altura de virar umas páginas, uns capitulos, ou mesmo arrumar uns quantos volumes de história. Não só pelo peso que também transportam com o tempo, mas porque preciso de arranjar espaço para o melhor, e que está para vir. Já me esqueci de ter espaço para descobrir nos sorrisos dos outros coisas novas e não as fraquezas de sempre. Parece que há paginas da nossa vida que persistem em deixar glossarios desnecessários, que delimitam as nossas paginas seguintes.
É como se achassemos que já sabemos quase tudo, e que tudo se resumisse de certa forma a parte do que já foi dito, num outro sitio, numa outra hora,  a um outro qualquer. Mas chegou a altura de virar umas quantas páginas, de deixar de presumir o novo para o deixar acontecer. De deixar de questionar como vai ser, antes do que quer que seja. De deixar voar umas quantas paginas se for preciso para libertar angustias, medos, ressentimentos... É tempo de voltar a sentir. 
De dedilhar emoções entre os segundos seguintes. De fazer das horas teclas dum piano que não para de tocar notas diferentes, com a harmonia de saber que só vivendo se cresce e escrevem as verdadeiras histórias através dos tempos. Mas chegou a altura de virar a pagina e fazer das minhas histórias, uma verdadeira vida em que as páginas em branco, serão esboço para tudo aquilo que sonhei ser!

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